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Estratégias para superar uma “sequência ruim” no futebol: Um guia prático



Vencer está no DNA do treinador!


É para esta finalidade que prepara os jogadores, a equipe e a si mesmo. 


Para o sucesso da missão, não mede esforços e renuncia a muitas coisas em nome de entregar o seu melhor, junto com a comissão técnica e o grupo de jogadores.


Agora, nem sempre tamanha abnegação é garantia de desempenho e resultados duradouros.


Há momentos de escassez, a chamada “sequência ruim”, onde é preciso, ao treinador e sua comissão técnica, sabedoria para conduzir o processo e devolver ao ambiente e as pessoas, a capacidade de desempenho para a equipe reencontrar o caminho das vitórias.


Diante deste contexto, a proposta deste artigo é alcançar um guia prático para o treinador e a comissão técnica, um plano de ação capaz de ajudar a superar este momento de dificuldade.


Ele deve obedecer a seguinte ordem:


1. Aceitação do problema - este é o primeiro passo para a resolução, pois sem aceitar que há uma falha, não é possível buscar soluções eficazes. 

O foco deve ser no coletivo, compreendendo que o desempenho de uma equipe é resultado da ação conjunta de todos os seus membros, isso vale na vitória, no empate e na derrota.


2. Aumento da concentração nos treinos - os treinamentos devem ser planejados com cuidado e atenção aos mínimos detalhes, em especial as trocas rápidas entre tarefas e exercícios, a fim de manter o foco e o nível de atenção necessários ao bom andamento da atividade. 


Os exercícios devem refletir o que precisa ser melhorado, identificado na análise de jogos anteriores e organizado a partir de situações reais do jogo.


Isso irá capacitar os jogadores para os desafios que enfrentarão em campo.


Além disso, a incorporação de atividades em alta intensidade, como exercícios que contenham ações coerentes com as ações de jogo, são fundamentais para adaptar a equipe aos momentos críticos próprios das competições em alto nível.


3. Liderar pelo exemplo é outro ponto crucial - o treinador deve demonstrar a concentração e a dedicação que espera dos jogadores.


Isso implica estar totalmente “presente” no exercício, evitando distrações e focado na qualidade das ações dos jogadores no treino. 


Quando os jogadores percebem seu líder atento e comprometido, sentem-se constrangidos a fazer o mesmo e passam a seguir o seu exemplo.


4. Envolver os jogadores no processo de melhoria é essencial - realizar reuniões, conversas individuais para discutir as mudanças necessárias e ouvir as sugestões dos atletas cria um senso de pertencimento e responsabilidade. 


Isso também auxilia na identificação de problemas que talvez não sejam visíveis pela comissão técnica. 


Falar também é uma forma de comprometer-se com a causa, portanto cabe ao treinador incentivar a boa conversa, é nela que os jogadores conseguem se identificar uns com os outros e, em consequência disso, firmam compromisso mútuo para resolver diferenças que acontecem entre si, com os membros da comissão técnica e até mesmo com os dirigentes.


Solicitar que os jogadores cheguem mais cedo aos treinos para se prepararem mentalmente, além de discutirem possíveis soluções para uma “sequência ruim”, entrar no chamado “modo treino”, é outra alternativa para aumentar significativamente a concentração e a qualidade do treinamento.


Para enriquecer o que foi sugerido no passo a passo, consideremos dois treinadores distintos: Treinador A e Treinador B.


O treinador A, é um exemplo de comportamento que não condiz com a necessidade do momento. 

Após uma sequência de desempenhos e resultados ruins, ele se mostra desanimado e, de certo modo, aceita a situação. 


Em suas entrevistas e reuniões, é comum culpar fatores externos, como a arbitragem, qualidade do campo, entre outras situações.


Ele evita assumir a responsabilidade pelos maus resultados!


Durante os treinos, demonstra falta de foco, permite distrações e faz interrupções desnecessárias. 


As sessões de treino são desorganizadas e descontextualizadas, como se fossem apenas um passatempo até o dia do jogo.


As transições entre os exercícios de treino são lentas e resultam em uma baixa concentração, o que repercute de forma negativa para a qualidade do treinamento. 


Além disso, não dá bons exemplos no dia a dia de trabalho, essa conduta acaba por desmotivar os jogadores e também os distancia do compromisso necessário para vencer a “sequência ruim”.


Já o treinador B, por outro lado, adota a abordagem descrita no passo a passo para reverter a situação adversa. 


Ele reconhece a má fase e compartilha a responsabilidade com os jogadores, comissão técnica e corpo diretivo. 


Entende que a aceitação do problema é fundamental para solucioná-lo. 


Planeja os treinamentos com riqueza de detalhes, sabe operacionalizar o que foi planejado, isso inclui a dinâmica e a gestão do treino, o que proporciona aumento no foco e na atenção dos jogadores às atividades. 


Seus exercícios são específicos e desenhados para atender aquilo que precisa ser melhorado.


Tudo isso acontece em cenários semelhantes aos do jogo, uma ajuda para os jogadores se prepararem melhor para os desafios que virão. 


Além disso, os exercícios de alta intensidade, como jogos que exigem sprints e mudanças rápidas de direção e decisão são os seus preferidos, tal iniciativa capacita verdadeiramente os jogadores e a equipe a enfrentar momentos críticos nos jogos.


O treinador B, lidera pelo exemplo, pois demonstra a concentração e dedicação que espera dos jogadores. 


Está totalmente “presente” durante os treinos, evita distrações e foca na qualidade do treinamento. 


Percebendo seu líder comprometido, os jogadores seguem o seu exemplo e sentem-se envolvidos com o processo de melhora. 


Além disso, organiza reuniões para discutir as mudanças necessárias e ouvir as sugestões dos atletas, criando um senso de pertencimento e responsabilidade. 


Isso também ajuda na identificação de problemas nem sempre ao alcance da comissão técnica. 


O treinador B influencia os jogadores para que cheguem mais cedo aos treinos, se preparem melhor, a fim de entrar no “modo treino” mais rapidamente otimizando a concentração e como consequência a intensidade nos exercícios de treino.


Implementar mudanças rápidas e monitorar diariamente o progresso são estratégias vitais para o treinador B. 


Ele adapta o nível de treinamento às exigências da competição de maneira rápida e consciente, promovendo uma mudança significativa. 


Monitora o cumprimento daquilo que é combinado e assim garante que a equipe se mantenha na direção correta.


Além disso, ele avalia constantemente o impacto das mudanças propostas. 


Faz isso por meio de feedback constante, tanto dos jogadores quanto da comissão técnica. 


Esse processo de avaliação contínua ajuda a ajustar as estratégias necessárias, garantindo que a equipe evolua e se adapte às exigências da competição.


E então, qual treinador reúne as melhores condições de recuperar sua equipe de uma sequência ruim de resultados, o treinador A ou o treinador B?


A resposta é óbvia, o treinador B!


Mas nem sempre é simples tomarmos consciência dela quando acontece conosco, quando estamos no olho do furacão com a equipe de trabalho que estamos liderando.


A exigência de resultados imediatos no contexto do futebol brasileiro, muitas vezes atrapalha as decisões do treinador.


É comum neste momento, a gangorra pender mais para o lado das emoções.


Inflamado por elas, o treinador deixa de focar naquilo que controla melhor, o treino e o jogo, e passa a acreditar que “motivar”, com palavras e discursos que muitas vezes beiram o desequilíbrio e até mesmo o desrespeito trarão de volta o desempenho e as vitórias, ledo engano.


Como treinador, minha obrigação e responsabilidade é criar um processo de evolução contínuo que tem como ponto de partida aquilo que observo no dia a dia de treinos e jogos. 


No competitivo mundo do futebol, resignar significa retroceder. 


Por fim, é no reconhecimento de uma “sequência ruim”, compartilhando as responsabilidades, aumentando a intensidade e a concentração dos treinos, envolvendo os jogadores no processo de melhoria, implementando mudanças rápidas e monitorando constantemente o avanço ou o retrocesso que a equipe estará mais próxima de superar as adversidades e alcançar novos níveis de desempenho.


Se o texto o fez refletir sobre o que fazer e como fazer para sua equipe vencer uma sequência ruim no futebol, compartilhe com as pessoas das suas relações.


Somente assim, o blog atingirá o fim a que se destina - ajudar os profissionais do futebol, em especial o treinador, a encontrar melhores soluções e qualificar sua atuação profissional.


Grande Abraço e até a próxima!


 
 
 

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